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Governo quer incentivar motor flex mais eficiente

Carros com melhor desempenho para etanol poderão pagar menos imposto e ter crédito subsidiado

Vivian Oswald OGlobo 8-4-2011

BRASÍLIA e RIO. O governo está estudando a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos flex com motores de melhor desempenho. A ideia é estimular a fabricação de veículos que rodem mais quilômetros com menos combustível, ampliando o mercado do etanol. A iniciativa teria sido levada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que tem um grupo de estudo só para tratar do setor automotivo, e já estaria sendo discutida com as montadoras.

Motores mais eficientes custam mais caro, daí a necessidade de se incentivar a produção via tributos ou financiamentos. Na quarta-feira, o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, afirmou que o governo também está discutindo a criação de uma linha de financiamento com o objetivo de incentivar a produção e um plano justamente para aumentar a eficiência do combustível.

Com isso, os veículos que rodam com álcool podem ficar mais competitivos. Hoje, os motores à gasolina consomem menos combustível. Só quando o etanol custa menos que 70% do preço da gasolina compensa abastecer o carro com álcool.

O diretor-técnico da União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), Antonio de Pádua, se queixou da falta de previsibilidade do setor e atribuiu à falta de transparência da política de reajuste da gasolina parte dos problemas enfrentados pelos produtores, que precisam absorver custos e perdem a competição com a combustível tradicional.

- Se (a Petrobras) tomar uma decisão sobre os preços da gasolina já ajuda. Não há transparência. A indústria não tem como competir com a gasolina se a empresa fica segurando os preços - disse.

Ele afirmou ainda que uma nova política de incentivo pelo IPI para os carros com melhor desempenho pode aumentar as condições de competição do álcool com a gasolina e estimular a produção. Pádua disse ainda que transferir o etanol para a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e tratá-lo como combustível é outra forma de desenvolver o mercado e dar previsibilidade aos investimentos.

Ações da Cosan caem 5,23%, maior queda do Ibovespa

Ontem, porém, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Cosan, empresa de açúcar e álcool caíram 5,23%, para R$24,45, na maior queda do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa), refletindo preocupação dos investidores com a possibilidade de a ANP passar a regular e fiscalizar toda a cadeia produtiva do etanol.

Bittencourt, do Ministério da Fazenda, também lembrou que está sendo analisado um acordo com os estados para que o ICMS seja reduzido. Ele explicou que a produção do etanol é mais forte hoje em São Paulo, por exemplo, porque o ICMS lá é de 12%, enquanto em outros lugares ele pode chegar a 25%. A proposta tem que ser levada ao Conselho de Política Fazendária (Confaz), o que ainda não aconteceu.

COLABOROU: Lucianne Carneiro

O Globo/AC